Quase 40 trabalhadores envolvidos nas obras de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Guarapuava pararam nessa quarta-feira (9). Por uma hora, eles deixaram seus afazeres para pensar sobre condições de trabalho mais seguras, em debate com a Sanepar e com representantes da empreiteira Construferri.

Acompanhando a edificação do novo reservatório e a instalação de redes de grande porte na cidade, o fiscal de obras da Sanepar no Sudeste, Augusto Alves de Lara, destacou a importância de desmistificar o assunto e de colocar a segurança em prática. “A gente acompanha, cobra, somos cobrados, e é pelo bem de todos. Enquanto trabalhamos queremos ser produtivos, mas temos que fazer isso com segurança. Isto é prevenção”, reforçou Augusto.

Na conversa, o presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Sanepar em Guarapuava, Valdir de Oliveira Machado, lembrou a necessidade de uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em todo o tempo. "Nunca diga: ‘amanhã vou usar o capacete, usar o cinto, o protetor auricular’.Amanhã pode ser tarde. EPIs vão evitar um acidente? Não. Eles vão te proteger. O que evita acidente é teu comportamento, tua atitude segura no trabalho."

O técnico em Segurança do Trabalho da Sanepar, Valdeci Machado, destacou que, na obra civil, dificilmente se trabalha sozinho. Por isso, todos precisam cuidar de todos. "Durante a concretagem do reservatório de 4 mil m³, há duas semanas, não tivemos contratempos porque todos estavam atuando juntos e cuidando um do outro. Para que consigamos cumprir uma jornada saudável é necessário eu me cuidar, cuidar dos meus colegas e meus colegas ajudarem a cuidar de mim", ponderou.

ALERTA CONSTANTE - O engenheiro civil da Sanepar, Lincoln Marcelino Vergés, que antes de ingressar por concurso na Sanepar trabalhou por 23 anos via empreiteira, aproveitou a oportunidade para citar cuidados imprescindíveis. "Alguns anos atrás tivemos um acidente quando o trabalhador passou por trás da retroescavadeira, o operador da máquina não viu e, quando deu ré, o equipamento causou amputação do pé do indivíduo. Sempre passe pela frente da máquina, esteja sempre visível para quem está operando e usando protetor auricular. Outra situação que não pode ocorrer e, se ocorrer, é passível de autuação e multa: o operador dar 'carona' aos colegas nas máquinas. É inseguro e é proibido", enfatizou.

Atenção e cuidado também foram os aspectos abordados pelo técnico em Segurança do Trabalho da Construferri, José Manoel. “Sempre lembre isso: o risco está passando ao lado. Na rotina, não nos damos conta. Pode não parecer importante, mas esse momento de reflexão sobre atuar em nosso trabalho sempre com segurança e com cautela, é essencial”, recomendou o técnico.

Outros encontros sobre o tema serão periodicamente realizados com a equipe até o final do empreendimento, previsto para 2019. "É um momento de diálogo com os trabalhadores que atuarão em todas as etapas da obra. Nosso intuito é distancia-los do trabalho para espairecer e conversar sobre segurança, saúde do trabalhador, atitudes de prudência e imprudência, de modo que nenhum deles venha a enfrentar afastamento por motivo de acidente", explicou Valdeci. Para ele, "essa hora parada é uma amostra do quanto vale a vida de cada um. É a valorização dos indivíduos como seres humanos, como pais de família", destaca Valdeci.