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Nos laboratórios das estações de tratamento são detectadas as anormalidades nos efluentes

Esgoto não-doméstico causa danos ao sistema

10/04/2014

Empresa está desenvolvendo ação em municípios do Sudoeste para conscientizar e fiscalizar o despejo irregular

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está orientando os moradores de sete municípios da região de Pato Branco, Sudoeste do Paraná, sobre o lançamento do Esgoto Não-Doméstico (END) na rede coletora. 

O óleo de cozinha, óleos graxos automotivos dos postos de lavagem e mecânicas, produtos químicos gerados nas indústrias, lavanderias, serigrafias e outros, são chamados de esgoto não-domésticos e provocam danos à rede coletora e às estações de tratamento porque apresentam características físico-químicas, temperatura, volume, carga orgânica, entre outras, diferentes. Também podem causar problemas ao meio ambiente. 

Quando lançados na rede coletora da Sanepar, os óleos, graxas e produtos químicos comprometem o sistema que foi projetado para coletar e tratar apenas efluentes provenientes das instalações sanitárias (vasos e chuveiros), pias de cozinha, tanques e ralos dos imóveis. Estes produtos também interferem no processo de tratamento, uma vez que matam as bactérias que agem no processo de depuração do esgoto. Além disso, prejudicam a qualidade do lodo residual das estações, oferecem risco de contaminação aos funcionários das estações e podem aumentar a carga orgânica do efluente tratado e lançado no corpo receptor, trazendo riscos à vida aquática. 

FISCALIZAÇÃO – Em parceria com as prefeituras e as secretarias municipais de meio ambiente de Pato Branco, São João, Mangueirinha, Chopinzinho, Coronel Vivida, Clevelândia e Palmas, a Sanepar pretende conscientizar os moradores e empresários desses municípios e fiscalizar o despejo irregular na rede. Além dos danos nas estações de tratamento, a gordura pode obstruir a rede coletora e causar refluxo do esgoto dentro dos imóveis ou extravasamento nas vias públicas. 

Nos laboratórios das Estações de Tratamento de Esgoto as equipes responsáveis pelas análises conseguem detectar as anormalidades causadas pelo lançamento pontual dos produtos não-orgânicos ou o despejo clandestino nos poços de visita. O gerente da Sanepar, Aderbal Roncatto, pede o apoio da população para identificar os prováveis causadores desses lançamentos irregulares. “As denúncias do uso indevido do sistema de esgoto, que causam danos ao patrimônio público, podem ser feitas no telefone 115, nos escritórios da Sanepar ou ainda na Vigilância Sanitária de cada município”, orienta o gerente. 

GESTÃO DO END – Desde o ano passado, está em vigor o processo de gestão do Esgoto Não-Doméstico adotado pela Sanepar para atender as solicitações da carta de anuência como pré-requisito para obtenção ou renovação de alvarás junto às prefeituras. As equipes da empresa realizam vistorias técnicas nas instalações do solicitante, avaliando a regularidade das instalações hidráulico-sanitárias, o processo produtivo da empresa e quais os efluentes não-domésticos estão sendo gerados. 

VISTORIAS – Nas visitas técnicas são avaliadas as instalações de banheiros, tanques e pias de cozinha, que devem ser dotadas de caixa de retenção de gordura, os ralos e calhas, condutores da água da chuva, devem ser canalizados nas galerias de águas pluviais ou para absorção natural no terreno do imóvel. O processo produtivo da empresa também é avaliado, observando-se os efluentes gerados e a sua qualidade visual. Só será fornecida a carta de anuência quando as características do esgoto gerado atendam aos padrões estabelecidos pela Sanepar. No caso de não-atendimento o cliente é notificado para regularizar a situação ou encontrar alternativa para destinação do esgoto não-doméstico. Se houver riscos potenciais de danos ao sistema de coleta e tratamento o pedido poderá ser indeferido. 

CAMPANHA - Folhetos com orientações sobre os riscos de contaminação, a reciclagem o óleo de cozinha e a destinação adequada serão entregues nos próximos dias, nos imóveis que estão ligados à rede coletora. Os cartazes com as mesmas informações serão afixados em estabelecimentos em que há grande circulação de pessoas, nas empresas, escolas e postos de saúde. No material a Sanepar orienta para que o óleo seja acondicionado em garrafas PET e que elas sejam entregues nos escritórios da empresa em cada uma das cidades. O material recolhido será destinado para a produção de biogás ou, dependendo das condições, será depositado no aterro industrial que funciona em Chapecó, em Santa Catarina.

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