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Estudantes recolhem plantas na margem do rio, que serão dissecadas para um inventário florestal

Projeto mobiliza centenas de professores e alunos de quase 40 escolas

09/09/2015

Objetivo é proteger rios urbanos e envolver a comunidade para multiplicar ações de preservação

Em meio ao crescimento urbano, muitas vezes os rios são vistos como obstáculos para o desenvolvimento. São canalizados, sofrem mudanças de curso, redução de volume e poluição das águas. Para estimular a conscientização e os cuidados com os rios urbanos, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) criou, em 2013, o projeto “Sustentabilidade: da Escola ao Rio”. O objetivo principal é mobilizar alunos e professores, preferencialmente de cursos técnicos em Meio Ambiente, para ações socioambientais em rios urbanos.

São 37 escolas de 28 municípios que adotaram rios para monitorar e cuidar. Nesses locais, os alunos fazem reconhecimento da bacia hidrográfica, coletas e análises da água para monitoramento da qualidade, plantio de árvores nativas, coleta e destinação adequada de resíduos, mobilização da comunidade ribeirinha e divulgação dos resultados do projeto. Tudo com a orientação de gestores socioambientais da Sanepar e com apoio técnico e materiais oferecidos pela Companhia.

“Uma análise dos primeiros 18 meses de existência do projeto nos mostrou que os alunos e as comunidades do entorno dos rios adotados mudaram sua percepção, compreenderam a influência dos seus hábitos na qualidade desses rios e como e quanto podem contribuir para melhorá-los”, explica a gerente da Unidade de Educação Socioambiental da Sanepar, Lílian Persia de Oliveira Tavares.

EM TODO ESTADO – De 2013 até agora, já foram mais de 330 ações socioambientais envolvendo os 35 rios que são monitorados, com o envolvimento de mais de 11.600 pessoas. Os alunos e professores desenvolvem as etapas do projeto durante o ano letivo. Por isso, sempre há atividades sendo realizas.

Na região Nordeste está ocorrendo reuniões com os alunos das escolas participantes. A Escola Estadual Albino Feijó Sanches, de Londrina, adotou o Ribeirão Cambé. Alunos do 2º ano do curso de Formação de Docentes da Escola Estadual Professor Segismundo Netto, de Siqueira Campos, cuidam do Ribeirão Água Fria. Em Figueira já foi realizada a reunião de apresentação do projeto para os alunos do Colégio Estadual Leão Schulmann, que farão monitoramento no Rio Laranjinha.

Em Curitiba o trabalho é com quatro instituições: alunos do Colégio da Polícia Militar vão monitorar o Córrego Vila Izabel. O Colégio Estadual Paulo Leminski vai aplicar o projeto no Córrego Tarumã. Alunos do Colégio Estadual Elysio Vianna escolheram o Córrego Areiãozinho, e estudantes do Colégio Estadual do Paraná iniciam as atividades este mês no Rio Belém. Em Pinhais o Colégio Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia assume o monitoramento do Rio do Meio.

Em Apucarana, alunos do Colégio Agrícola Manoel Ribas escolheram o Córrego Jacucaca. Em Rolândia, estudantes da Escola Estadual Francisco Villanueva vão monitorar o Ribeirão Ema, maior manancial de abastecimento da cidade. Na primeira visita ao rio, já coletaram água e usaram reagentes para fazer análises dos níveis de oxigênio, amônia e fosfato e mediram a temperatura e o pH. Também observaram a coloração, a turbidez da água e o odor.

Em Paranavaí, no Noroeste do Estado, alunos do curso Técnico em Química do Colégio Enira de Morais Ribeiro realizaram levantamento das condições ambientais do Ribeirão Paranavaizinho. Na região há mais três municípios desenvolvendo o projeto: escolas de Campo Mourão, Mamborê e Campina da Lagoa realizam em setembro o levantamento das condições ambientais do Rio do Campo, Ribeirão Mamborê e Rio Água da Penumbra, respectivamente.

Em Umuarama, alunos do curso Técnico em Meio Ambiente do Colégio Estadual Professor Paulo Alberto Tomazinho escolheram para as ações o Rio Pinhalzinho, que recebe o efluente do esgotamento sanitário do município. Em Toledo, uma nova turma de alunos do Colégio Estadual Jardim Europa iniciará a participação no projeto este mês. Até o fim do ano serão feitas atividades de recuperação do Rio Toledo. Em Cascavel, alunos do curso Técnico em Meio Ambiente do Colégio Estadual Professor Pedro Boaretto Neto vão realizar as ações socioambientais também a partir deste mês no Rio Cascavel.

Em Foz do Iguaçu, três colégios monitoram três rios. O Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena desenvolve ações no Arroio Pé Feio, que passa pelos fundos do estabelecimento de ensino. Como atividade complementar, recolheram plantas que serão dissecadas para formação de um inventário florestal. O Colégio Estadual Flávio Warken monitora o Córrego Brasília e o Colégio Estadual Tancredo Neves, o Rio M’Boicy.

Em Clevelândia o projeto é desenvolvido no Colégio Estadual Assis Brasil, com mais de 100 alunos do curso Técnico em Meio Ambiente, que vão monitorar o Arroio do Brinco. Eles também farão um cadastramento dos moradores da bacia. Em Francisco Beltrão, o projeto é com o Colégio Estadual Tancredo Neves e o Córrego Três Pioneiros.

Em Guarapuava, alunos do curso Técnico em Meio Ambiente do Colégio Estadual Francisco Carneiro Martins estão envolvidos no projeto. Além das atividades e ações previstas no cronograma, o gestor socioambiental da Sanepar, Ricardo Luiz Borges, oportuniza aos alunos e professores uma oficina de geotecnologias. Em União da Vitória, estudantes de dois colégios monitoram há mais de um ano as águas do Rio Vermelho, afluente do Rio Iguaçu. Sua nascente fica na área rural e as águas passam por toda a área urbana. Por isso, na zona urbana, alunos do Colégio Estadual Adiles Bordin fazem o trabalho e, na zona rural, estudantes do Colégio Estadual do Campo do Rio Vermelho é que fazem o monitoramento.

Em Ponta Grossa participam alunos do curso Técnico em Meio Ambiente do Colégio Estadual Polivalente e dos cursos Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Química do Colégio Estadual João Ricardo Borel Du Vernay. Eles monitoram o Arroio da Prancha e a Bacia de Olarias. Em junho o projeto teve início também em Ipiranga. Lá participam alunos do Grupo Ambiental do Colégio Dr. Claudino dos Santos. Através do ‘Sustentabilidade’ a Sanepar fez uma parceria com o projeto Ipiranga Sustentável, desenvolvido pelo município.

Em Castro, o projeto ‘Sustentabilidade’ é feito em parceria com a Emater Paraná. Sanepar e Emater definiram os pontos de monitoramento das águas do Rio São Cristóvão, acompanhado por alunos do Colégio Estadual Olegário Macedo. Além disso, a Emater auxilia no contato com produtores rurais ribeirinhos. Em Reserva, estudantes da Casa Familiar Rural já fizeram o plantio de mudas às margens do Rio Reserva.

Galeria

  • Estudantes recolhem plantas na margem do rio, que serão dissecadas para um inventário florestal
  • Alunos do Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena coletam amostras de água do Arroio Pé Feio
  • Em Castro, Sanepar em parceria com Emater definiram os pontos de monitoramento do Rio São Cristóvão
  • Em Cascavel, alunos do Colégio Pedro Boaretto Neto iniciam as ações socioambientais a partir no Rio Cascavel
  • Alunos da Casa Familiar Rural de Reserva plantaram mudas nativas às margens do Rio Reserva, monitorado por eles