Informações sobre segurança hídrica estão sendo levadas para o campo pela Sanepar, IDR, Movimento Viva Água e Invest PR

Famílias que atuam na agricultura em São José dos Pinhais, dentro da Bacia do Rio Miringuava, abriram as portas de suas propriedades nesta quarta-feira (23) para demonstrar as práticas sustentáveis que adotaram no trabalho com a terra. A atividade é parte das comemorações do Dia Mundial da Água e está entre as ações de um projeto piloto de agricultura sustentável, realizado por meio de uma parceria firmada entre a Sanepar, a Invest PR e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), com a participação do Movimento Viva Água, envolvendo outros parceiros como a Fundação O Boticário e a prefeitura municipal.

A atividade está mobilizando 30 produtores da região, que recebem informações sobre novas tecnologias de cultivo visando, entre outros objetivos, reduzir riscos de contaminação dos recursos hídricos e aumentar a rentabilidade da produção. Além de produzir alimentos, a região é importante fonte de água para abastecimento público. A intenção é que o projeto do Miringuava possa ser replicado em outras bacias do Paraná.

O gerente de Gestão Ambiental da Sanepar, Rafael Cabral Gonçalves, reforça o compromisso da Companhia com a proteção ambiental na região do Miringuava. “As práticas adotadas aqui são exemplos daquilo que já se entende como fundamental para a proteção ambiental em muitos lugares. Todos nós dependemos da água, que precisa ser um elemento de união, de parcerias, de busca pelo bem comum”, disse.

EXEMPLOS - O produtor João Zielinski é um dos agricultores que adotaram as novas práticas. Ele mostrou as vantagens do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) e citou a importância de manter a área de cultivo coberta com palhada, aumentando a infiltração de água e diminuindo a incidência de doenças do solo. A família de Zielinski verificou que, após a adoção desse método de cultivo, além de ganhos de produtividade e redução de custos com insumos, dobrou a vazão da nascente que existe na propriedade.

Na propriedade da família de Marcelo e Adriane Leschnhack, que cultiva morangos no sistema elevado e semi-hidropônico, as plantas são cultivadas em bancadas a um metro do chão e recebem água e nutrientes por irrigação, utilizando a água de maneira racional e sem desperdício. Segundo Marcelo, era um desperdício a água que vertia das bancadas para o solo. “A solução veio com sensores que medem a umidade do substrato e indicam quando o cultivo precisa de água. A irrigação funciona agora num sistema fechado, e o excedente da água das bancadas com os cultivos volta para o reservatório, sendo reutilizada, numa economia de água entre 20% e 25%”, diz o agricultor. A experiência levou o casal a abrir um serviço de turismo rural em que a colheita de morangos é feita pelo próprio visitante.

Outro exemplo é dos vizinhos Eduardo Malchowe e Alexandra Leschnhak, que criaram uma bioindústria, produzindo microorganismos para o cultivo de olerícolas e frutas. Eles eliminaram resíduos de agrotóxicos nos alimentos produzidos e diminuíram a poluição ambiental. O espaço tornou-se também opção de visita e aprendizado para estudantes, numa ação lúdica e atrativa de preservação ambiental. “Durante a visita, as crianças e os professores conhecem as lavouras, os cuidados com as criações, a vida na beira do rio e a importância da preservação ambiental”, diz Alexandra.

PARTICIPANTES – Também participaram das visitas a gestora ambiental Daisy Mara Jayme Maia e o engenheiro florestal da Sanepar Aurélio Lourenço Rodrigues, o extensionista do IDR-Paraná Tiago Hachmann, que atuam no projeto do Miringuava.