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Programa Pingo D´Água chega a professores de Londrina

09/08/2012

Projeto irá formar 2.440 professores e envolve 33 mil alunos da Bacia do Rio Tibagi 

Professores que atuam na supervisão de escolas municipais de Londrina participaram nesta quinta-feira (9) de treinamento do Programa Pingo D’Água. Realizado pelo Consórcio Intermunicipal para Proteção Ambiental da Bacia do Rio Tibagi (Copati), com patrocínio da Sanepar, o programa deverá formar 2.440 professores de 35 municípios da bacia do Tibagi neste ano.

Do treinamento desta quinta-feira participaram 82 professores. Até agora, em 18 etapas, foram capacitados 300 agentes multiplicadores. A meta é que os profissionais treinados disseminem as informações para 33.390 alunos. O objetivo do Programa é, por meio da educação ambiental, proteger a bacia do Rio Tibagi.

Os desafios da educação ambiental, especialmente sobre a escassez da água, ainda são grandes, alerta a autora dos materiais didáticos do Pingo D’Água, Leliane Casagrande Luiz. “O Paraná é muito rico em água, não tem racionamento e não há desabastecimentos frequentes. Ir buscar água na beira do rio ou num poço é uma realidade muito distante para os paranaenses, acostumados com a comodidade da água na torneira 24 horas. Por isto, muitas pessoas ainda não dão a devida importância para a necessidade de preservar a água”, destaca.

O trabalho do Pingo D’Água é voltado para professores do 5.º ano do Ensino Fundamental, pois grande parte dos temas do programa já faz parte do conteúdo programático da série. A escolha também é baseada em critério pedagógico, “já que os alunos nesta fase, na idade de 10 e 11 anos, estão mais abertos e aptos a assimilar muitas informações, inclusive alguns conteúdos técnicos”, comenta Leliane.

No treinamento, é entregue o manual do professor com os principais conceitos e recomendações práticas. Nas aulas de Educação Artística, por exemplo, a educação ambiental pode ser repassada por meio de atividades com texturas com folhas de árvores. Em Matemática, o professor pode ensinar o aluno a calcular o tempo no banho e a quantidade de água desperdiçada. “Desta maneira, é possível apresentar soluções práticas para o gerenciamento de uma bacia hidrográfica e o conteúdo vai sendo transmitido multidisciplinarmente, dentro do eixo transversal”, ressalta Leliane.

A gestora ambiental da Sanepar Andréa Fontes, que aborda Saneamento e Preservação do Meio Ambiente, lembra também que as pessoas ainda não estão conscientes sobre a importância da água e como cada cidadão pode colaborar para reduzir a poluição e evitar a escassez do recurso. “É preciso reforçar sempre que o tratamento da água e do esgoto são essenciais para a saúde e para a qualidade de vida. Todos são responsáveis pelo uso correto da rede coletora de esgoto. Quando alguém lança indevidamente resíduos na rede e provoca um transbordamento, é co-responsável pelo dano ambiental”, afirma.

Na prática – A professora Silvia Aparecida Ferreira diz que sempre há um representante da Escola Municipal Maria Shirley, localizada no Conjunto Habitacional Alexandre Urbanas, nos programas do Copati. “Este é um trabalho de extrema importância, porque os livros didáticos tratam a água como algo global e sempre temos que buscar complementação. O material do Copati traz a questão mais próxima e com maior significado para o aluno, porque é atual e regionalizado”, comenta.

Silvia conta que sempre visita a Sanepar com as turmas das terceiras séries, época em que se trabalha com o conteúdo Tratamento da Água. “Porém percebo que as pessoas não estão conscientes sobre a sua escassez porque passou a ser natural ter a água na torneira; só quando falta é que se dá o devido valor”, relaciona.

Kelly Cristina Cortez, supervisora da Escola Municipal Mábio Gonçalves Palhano, do Parque Ouro Branco, Região Sul de Londrina, participa do Pingo D’Água pela primeira vez. Ela diz que desconhecia como era criterioso o controle da qualidade da água pela Sanepar. “Fiquei preocupada sobre a questão da periodicidade com que é necessário lavar a caixa d’água. Creio que as pessoas não costumam lavar duas vezes por ano, como recomendado.”.

Sobre o uso da racional da água, a professora Kelly cita o exemplo que vem de casa. “Meu marido é muito preocupado com a manutenção hidráulica. Qualquer torneira pingando o faz agilizar o conserto, mas avalio que a maioria não tem esta consciência e só na hora que faltar a água é que vai se dar conta”, comenta. Neste sentido, “o trabalho do Copati é fundamental. A escola é o local para disseminar conhecimento. Na conscientização de um aluno, conseguimos atingir no mínimo mais quatro pessoas”, destaca. “É este o caminho: órgãos especialistas como a Sanepar e o Copati trabalhando junto com a escola na sistematização de conhecimento”, elogia.

Parceria - A Sanepar é parceira do Copati no Pingo D’Água desde sua criação, há 11 anos. O programa coleciona quatro importantes prêmios: Expressão Ecologia (2003), Ministério das Cidades (2006), Agência Nacional das Águas (2008) e Ministério do Meio Ambiente (2010). No total, já participaram 12 mil educadores e 150 mil alunos, de 36 municípios. Neste ano, a Sanepar está viabilizando todo o material didático para professores e alunos. O investimento é de R$ 50 mil. Além do recurso, a Sanepar contribui com conhecimento e apoio técnico.

 

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