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Gustavo Possetti, da Sanepar, durante seminário da Aesbe. Foto: Antonio Augusto Júnior

Sanepar defende eficiência energética em seminário da Aesbe

31/08/2015

A economia na utilização da energia elétrica é um grande desafio para as companhias de água e de esgoto

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) vem desenvolvendo estudos e programas em busca do melhor plano de consumo de energia elétrica, com
alguns resultados já constatados. Em palestra durante o Seminário Nacional Aesbe 30 anos, o assessor da diretoria do Meio Ambiente da Sanepar, Gustavo
Possetti, apresentou estes programas.

“A eficiência energética e as energias alternativas passam a ser imprescindíveis para o modelo de negócio da Sanepar e para a sustentabilidade do modelo de negócios de qualquer empresa de saneamento em operação neste país. Temos uma perspectiva otimista para o setor de saneamento, desde que o setor passe a praticar e usufruir dos benefícios da eficiência energética, que em última instância está relacionada à eficiência operacional dos sistemas que as companhias de saneamento brasileiras operam no dia a dia”, afirma Possetti.

A Sanepar demanda 692 GigaWhatts hora/ano para executar suas atividades. Esta energia está basicamente concentrada nos conjuntos moto-bomba, em mais de 5 mil motores espalhados pelo estado do Paraná. Em 2014 os custos operacionais foram da ordem de R$ 206 milhões e, em 2015, a expectativa é que ultrapassem  R$ 400 milhões. O serviço de água representa para a Sanepar 91% do consumo de energia elétrica, o tratamento de esgoto 8%, e o administrativo 1%.

A companhia paranaense pensa reduzir o consumo de energia em três frentes: executando a mesma atividade consumindo menos energia; buscando resultados
similares ou melhores utilizando a mesma energia ou menos energia; e aproveitando os potenciais que o setor de saneamento traz, por meio dos seus subprodutos, como bioenergia e energias alternativas.

“Um bom exemplo é a prática de controle de perdas: de 2001 a 2014 a Sanepar registrou queda significativa no índice de perdas de água a partir do programa de controle, reduzindo as perdas de 296 litros/ligação/dia para 226 litros/ligação/dia. Nos últimos nove anos nós poupamos, por intermédio do combate a perdas, 436 milhões de m³ de água e, com isso, poupamos R$ 46,5 milhões dos associados e dos consumidores”, calcula Possetti.

SUBPRODUTOS E BIOGÁS – A Sanepar e a Catallini Bioenergia firmaram parceria para a criação da empresa CS Bioenergia, que tem como função dar destino ou tratar 900 m³ de lodo vindos da ETE Belém, a maior estação de tratamento de esgoto aeróbia da Sanepar, e que em sistema combinado com resíduos sólidos urbanos, aproximadamente 120 toneladas por dia, pretende em 4 digestores produzir 20 mil m³ de biogás por dia, gerando aproximadamente 21 GW/h/ano.

“Para cada 100 kg de lodo úmido nós temos 40 kg de lodo seco, que geram apenas 8 kg de cinza de lodo a serem destinados. Sendo que a energia recuperada neste processo pode ser utilizada para secar o próprio lodo. É a energia térmica recuperada para secar o lodo trazendo autonomia de energia elétrica para toda a planta”, comemora Possetti.

A Sanepar também investiga o potencial associado ao biogás e outros subprodutos do processo de tratamento do esgoto. Hoje, pelo menos 215 estações de tratamento de esgoto da empresa usam tecnologia anaeróbia, portanto, produzem continuamente biogás.

“Nós investimos nos últimos anos em medição de biogás e identificamos padrões de produção interessantes, com máximos e mínimos muito específicos, com sazonalidades muito características. Conseguimos estimar de forma acurada potencial de biogás. Nós temos, no estado do Paraná, o potencial de gerar até 1/3 da energia elétrica demandada no nosso processo, se em todas as nossas plantas nós tivéssemos instalados sistemas de recuperação energética”.

GERENCIAMENTO DE FATURAS – A companhia paranaense mantém ainda um sistema de gerenciamento de faturas de energia elétrica, que tem uma série de funcionalidades, principalmente gerenciar excedentes reativos e ultrapassagem de demanda. “Aplicando esta ferramenta ao longo dos últimos anos, tem diminuído os custos com ultrapassagem de demanda adicionais de tal forma que, nos últimos nove anos, mais de R$ 24 milhões foram poupados por conta da gestão eficiente. Hoje, os adicionais representam menos de 1% do custo total de energia elétrica da companhia”, afirma Possetti.

O assessor da Sanepar disse ainda que a companhia pretende contar com o próprio potencial hidráulico para gerar energia elétrica, ao invés de dissipar energia por meio das válvulas redutoras de pressão. “Estamos estudando aproveitar os potenciais hidráulicos existentes em sistemas de adução de água de tal forma que ao invés de dissipar energia, façamos a recuperação para gerar energia elétrica”.

O SEMINÁRIO – Representantes de 25 empresas estaduais de abastecimento de água e esgotamento sanitário se reuniram em Brasília para debater temas da pauta nacional e defender propostas para o desenvolvimento do setor. O Seminário Nacional marca os 30 anos de atuação da Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). Juntas, essas companhias atendem mais de 4 mil municípios, cobrindo uma população de 124 milhões, o que representa cerca de 74% da cobertura urbana de água e quase 60% da cobertura de esgoto do país. O presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, é vice-presidente da Aesbe.

Fonte: Assessoria de Imprensa Seminário 30 Anos Aesbe

 

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  • Gustavo Possetti, da Sanepar, durante seminário da Aesbe. Foto: Antonio Augusto Júnior
  • Seminário da Aesbe, em Brasília. Foto: Antonio Augusto Júnior