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No acidente simulado, pessoas teriam sido contaminadas por gases tóxicos

Treinamento simula acidente em rodovia

09/09/2013

Sanepar integra grupo que deve atuar em acidentes com produtos perigosos que podem afetar mananciais

Na próxima sexta-feira (13) as instituições que atuam na prevenção e atendimento de acidentes com cargas perigosas farão novo simulado, a exemplo dos realizados em Cascavel e em Ponta Grossa. As atividades desta semana tiveram início nesta segunda-feira, em Londrina. O objetivo do treinamento teórico e prático é capacitar os profissionais de cerca de 30 instituições que integram a Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências com Produtos Perigosos (CE-P2R2-PR). O treinamento mobiliza todos os órgãos envolvidos no processo, desde o pedido de socorro; sinalização do local do acidente; identificação da carga; socorro e resgate de vítimas, até a limpeza do local afetado pelo produto químico. Um dos enfoques é defender os mananciais de abastecimento de eventual contaminação com produtos perigosos.

No Paraná, os rios utilizados para abastecimento público, cortados por rodovias, foram mapeados pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Consta do cadastro de cada manancial uma série de informações necessárias para a rápida gestão do acidente, como o tempo que o eventual produto despejado no acidente pode levar para chegar ao ponto de captação da água destinada a atender a população. Já foram implantadas 176 placas de sinalização que alertam os motoristas que transportam cargas perigosas que estão atravessando área de mananciais. A Sanepar também adquiriu um kit para contenção de produtos perigosos que ameacem chegar à captação de água e desenvolveu um sistema de comunicação que foi testado nos treinamentos realizados no dia 30 de agosto em Cascavel e na última sexta-feira (6) em Ponta Grossa.

CONTAMINAÇÃO – Em uma das etapas da simulação realizada em Ponta Grossa, o telefone de plantão da Sanepar foi acionado para verificar se o acidente comprometia área de manancial. “Pela simulação, o Rio Botuquara teria sido atingido por um líquido inflamável. A contaminação poderia afetar a captação de Telêmaco Borba porque, embora distante, o Botuquara é afluente do Rio Tibagi, manancial daquela cidade. Como não se tinha a informação precisa sobre a quantidade do produto, numa situação real, por precaução, a Sanepar interromperia a captação e faria o monitoramento da água”, relata Juliano César Rego Ferreira, químico ambiental da Sanepar e que estava no plantão durante a realização do simulado. A atividade será repetida em Londrina.

Em 2004, a Sanepar adotou procedimento de comunicação para atendimentos a emergências ambientais em áreas de mananciais. “Temos um número de telefone de plantão exclusivo para contato nestas situações. A Sanepar é acionada pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros ou Polícia Rodoviária, que passam as informações sobre o local do acidente. O plantonista da Sanepar verifica se a área é de manancial. Em caso positivo, iniciamos o processo de controle, interrompendo a captação, monitorando a água, entre várias outras ações”, explica o químico industrial da Sanepar, Lutero Eduardo Lúcio.

P2R2 – O Decreto Estadual 7117 criou a Comissão Estadual (CE-P2R2-PR) para implantar o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2) e dar atendimento às emergências químicas, biológicas, radiológicas e nucleares. As atividades estão sob responsabilidade da Defesa Civil. Da Comissão Estadual participam o Exército Brasileiro, a Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Polícia Científica; Secretaria de Estado da Saúde, Sanepar, Instituto Ambiental do Paraná, Universidade Federal do Paraná, concessionárias de rodovias, entre outros órgãos. “Nos reunimos mensalmente para discutir os assuntos e estruturar a rede de organizações que fazem parte do atendimento em casos de acidentes com produtos perigosos”, diz o 2.º tenente Marcos Vidal da Silva Junior, da Divisão Estadual de Defesa Civil.

De acordo com o capitão André Lopes, comandante do 1.º Subgrupamento de Bombeiros, em cada dez veículos que trafegam pela BR-376 – onde foi realizado o simulado da última semana, do qual participaram as equipes de segurança dos Campos Gerais -, cinco carregam algum tipo de produto perigoso. Na região de Ponta Grossa, por exemplo, os mais frequentes são os líquidos inflamáveis, gases, corrosivos e agrotóxicos. “Por isso, é tão importante integrar todos os órgãos no processo para que, em caso de acidente, o tempo de resposta à emergência seja satisfatório e possa de alguma forma minimizar as consequências”, observa.

Galeria

  • No acidente simulado, pessoas teriam sido contaminadas por gases tóxicos
  • Simulação de acidente em rodovia que corta manancial de abastecimento público
  • Profissionais treinam o uso de equipamentos
  • Socorristas treinam atendimento aos feridos no acidente
  • Até um helicóptero foi utilizado na simulação do acidente com carga perigosa