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Barragem do Iraí, com 100% de reservação e que chegou a ter 10% num dos momentos mais críticos da estiagem

Abastecimento na Região Metropolitana completa um ano distante do rodízio

19/01/2023

Depois de passar por quedas drásticas dos níveis de reservação, barragens mantiveram índices acima de 80% ao longo de 2022

 

No próximo sábado (21), fará um ano que o abastecimento em Curitiba e Região Metropolitana voltou à normalidade, com o fim do rodízio na distribuição de água. A medida foi possível após os reservatórios do Sistema de Abastecimento Integrado (SAIC) atingirem nível médio de 80,34%, encerrando o período mais crítico de estiagem dos últimos 90 anos no Paraná. As chuvas do início do verão passado, as obras emergenciais e estruturantes da Sanepar e a redução do consumo pela população contribuíram para que as barragens voltassem aos níveis históricos de normalidade. E desde então esses índices permaneceram acima dos 80% e chegaram a 100% em novembro de 2022.

Moradores da região metropolitana haviam enfrentado 649 dias de rodízio, implantado em março de 2020. Ao longo desse tempo, foram várias alterações na programação dos dias de rodízio, conforme a oscilação do regime de chuvas e dos índices dos reservatórios. O modelo mais rígido foi de 36 horas com água e de 36 horas sem água. E o nível mais baixo dos reservatórios do SAIC foi registrado em 11 de novembro de 2020, quando desceu a 26,77%.

Sem precedente, a crise hídrica levou o Governo do Estado a decretar situação de emergência hídrica em maio de 2020, com duração de 180 dias e, ainda, renovar outras cinco vezes. E o Paraná foi incluído no Monitor de Secas, mapeamento regulamentado pela Agência Nacional de Águas (ANA).

CONSUMO – Para estimular a população a economizar água, a Sanepar lançou em agosto de 2020 a campanha Meta20 que visava redução de 20% do consumo. A adesão foi imediata: em média, a população gastou 17% menos água, durante o rodízio. Esse comportamento manteve-se no decorrer do ano de 2022, quando o consumo ficou 15% menor do que antes da crise.

OBRAS – Por sua vez, a Sanepar foi ampliando as ações que minimizassem os efeitos da estiagem e assegurassem reservação mínima para garantir o abastecimento da Região Metropolítana. Foram feitas captações temporárias em cavas e pedreiras e transposições de rios para levar mais água às barragens. A Companhia contratou até serviço de semeadura de nuvens, que resultaram em chuvas nas bacias de abastecimento.

Entre as obras estruturantes, a Sanepar antecipou interligações de adutoras do Reservatório Corte Branco, em Curitiba, a fim de reforçar a distribuição de água nas regiões mais distantes, e também construiu de forma emergencial a captação de água do Rio Capivari, em Colombo, que passou a levar até 714 litros de água por segundo para a Barragem do Iraí. Esta obra, prevista para ter início em 2025, foi construída em tempo recorde de seis meses.

“Olhando para trás, é possível avaliar que a Sanepar agiu de forma responsável e adotou todas as medidas possíveis para causar o menor transtorno possível à população. Adotar o rodízio não foi uma decisão fácil, mas foi extremamente importante para assegurarmos regularidade no abastecimento de forma igual para todos os moradores da Região Metropolitana”, afirma o diretor-presidente da Companhia, Claudio Stabile.

FUTURO – Durante a crise hídrica, a Sanepar e o Governo do Estado lançaram o programa Reserva Hídrica do Futuro, que visa o aproveitamento hídrico e a criação de um corredor de biodiversidade, em 150 quilômetros, passando por 14 municípios entre a Serra do Mar e a cidade de Porto Amazonas. Desenvolvido com recursos da Sanepar, o projeto está concluindo a readequação e desassoreamento de canais, limpeza e manejo de 300 hectares, nas áreas relacionadas às estações de tratamento do Iraí e Iguaçu. E já está em curso a segunda fase, que consta de projetos e estudos para mapeamento de potencialidades e indicação dos quantitativos a serem recuperados. “Esse projeto vai deixar um legado de abastecimento com água em maior quantidade e qualidade para as próximas gerações”, avalia Stabile.

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