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Água do sistema público ajuda a prevenir cárie

16/09/2011

Nem todas as pessoas sabem, mas a água tratada que chega na torneira da maioria dos paranaenses é o método coletivo mais eficiente para a prevenção de cáries. A fluoretação das águas de abastecimento público no Estado do Paraná completa 53 anos. Curitiba foi a primeira capital brasileira a receber o benefício, em outubro de 1958.

Ao longo desse período, o índice referente à quantidade de dentes afetados por cárie (CPOD) caiu cerca de 75%, em crianças de 6 a 12 anos. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 56% da população possui acesso à água fluoretada, enquanto no Paraná esse acesso é de 90%. Já nos 345 municípios da área de abrangência da Sanepar a cobertura é de 100% para a população urbana.

A fluoretação da água de abastecimento no Paraná atingiu seu grau de maturidade. O bom entendimento entre a Sanepar e a Secretaria de Saúde, na implantação e no monitoramento da fluoretação, possibilitou a diminuição da prevalência da cárie dentária e a melhoria da saúde bucal de milhões de paranaenses. “Hoje, o programa do Paraná é reconhecido em todo o país por sua excelência e continuidade", afirma o coordenador de Saúde Bucal da Secretaria Estadual de Saúde, Léo Kriger.

Em Pato Branco, o dentista Marcos Ferronato, que há 30 anos atua na área, diz que essa redução é percebida clinicamente. “Antigamente, eu atendia muitas pessoas que não tinham acesso à água tratada, e a incidência de cáries era muito maior. Hoje em dia, atendo muito menos crianças com dentes cariados do que antes. Além do acesso à água fluoretada, programas de educação e orientação sobre a higiene bucal também foram muito importantes”, destaca.

Mensalmente, o valor investido pela Sanepar na saúde bucal dos paranaenses é de aproximadamente R$ 700 mil. Este valor representa um custo de menos de R$ 1,00 por habitante. Segundo Kriger, o Estado deve gastar cerca de R$ 10,00 por restauração feita. “Isso demonstra uma grande economia nos gastos do governo com o tratamento dentário por meio da fluoretação”, ressalta.

Em todo o Brasil, no ano de 2003, 31% das crianças de 12 anos não tinham nenhuma cárie, agora já são 44%. Jovens de 15 a 19 anos tiveram queda do CPOD de 6,1, em 2003, para 4,2 em 2010. Nesta faixa etária, 18 milhões de dentes deixaram de ser atacados por cárie. A fluoretação é considerada uma das dez mais importantes medidas de saúde pública do século XX.

Tratamento

A fluoretação é o processo pelo qual se adicionam compostos de flúor às águas de abastecimento público, afim de que tenham teor adequado de íon fluoreto. “O objetivo é proporcionar aos dentes, principalmente no seu desenvolvimento, um esmalte mais resistente e de qualidade superior”, explica a técnica química da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Pato Branco, Vanessa Antunes Ferreira.

A obrigatoriedade da fluoretação das águas de abastecimento público é determinada pela Lei 6.050 assinada pelo presidente Ernesto Geisel, em 1974. A Portaria 635/75 dispõe que os níveis do flúor devem ser em função da média das temperaturas máximas diárias do ar. No Estado do Paraná o teor é de 0,6 a 1,1 mg de flúor por litro de água. A quantidade evita que haja superconcentração da substância, que pode ocasionar fluorose nos dentes.

O responsável pela vigilância e controle da qualidade da água da Sanepar, Edvaldo Kulcheski, informa que, a Sanepar realiza mensalmente em torno de 52 mil análises de flúor na saída do tratamento e 16 mil análises na rede de distribuição. Em Pato Branco, são realizadas mensalmente 64 análises. O total de amostras em cada cidade é definido pelo número de pessoas abastecidas.
 

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