Maringá é a segunda do ranking do Trata Brasil. Curitiba, a primeira entre as capitais. Londrina é a quarta

As cidades brasileiras com melhores indicadores na coleta, no tratamento de esgoto e na redução de perdas no abastecimento foram premiadas nesta quarta-feira (30), durante seminário promovido pelo Instituto Trata Brasil. Os resultados dos municípios basearam-se no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Entre as cidades premiadas estão Curitiba, Maringá e Londrina, atendidas pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

Foram selecionadas 16 cidades consideradas exemplos de sucesso para o restante do país no saneamento. Nelas, o tratamento do esgoto atinge a média de 76,1%, enquanto a média nacional é 39%. No topo do ranking está a cidade de Maringá (PR), com 94% do esgoto tratado. A coleta de esgoto nas 16 localidades chega a 95,11%, muito superior à média nacional, que é 48,6%.

Maringá é a segunda colocada no ranking do Trata Brasil pelo segundo ano seguido, Curitiba mantém-se como a primeira entre as capitais há três anos. E Londrina, que no levantamento anterior era a 13a, agora é a quarta melhor cidade em saneamento, entre as 100 pesquisadas.

Durante o Seminário FGV: Avanços em Saneamento Básico, o diretor de Operações da Sanepar, Paulo Alberto Dedavid, destacou diversas ações da Companhia para manter-se entre as três maiores do Brasil. “No Paraná, nós temos água em quantidade e regularidade e estamos numa condição de normalidade. Mas um dos aspectos mais importantes é o planejamento estratégico de longo e médio prazo, de forma sustentável.”

Ele enfatizou ainda a importância da governança corporativa e afirmou que mesmo o Governo do Estado sendo o maior acionista da Companhia, com 75% do capital votante, os técnicos são valorizados. Dedavid participou do painel Avanços nos Indicadores ao lado do presidente da Sabesp, de São Paulo, Jerson Kelman, e do diretor de Planejamento e Gestão de Empreendimento da Copasa, de Minas Gerais, Ronaldo Matias de Sousa.

O evento foi promovido pelo Instituto Trata Brasil e o Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da FGV. Os outros painéis debateram perdas de água, parcerias entre setor público e setor privado e relacionamento comstakeholders.

O secretário nacional de Saneamento Ambiental, Paulo Ferreira, destaca a disparidade entre esses municípios exemplares e aqueles mais isolados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Ele diz que ficou chocado ao perceber que ainda existem cidades brasileiras onde não há um banheiro sequer. “São situações dramáticas que ocorrem no saneamento, que pensávamos que só existiam na África”, acrescentou.

Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édsion Carlos, não é correto justificar a falta de banheiros entre essa população simplesmente por estar afastada dos grandes centros, em regiões do semiárido. “Nós temos que encontrar uma forma de atender a essas pessoas, porque sabemos que isso acarreta muitos problemas de saúde e ao meio ambiente”.