Notícias

O Paraná está em primeiro lugar na fluoretação da água tratada

Aplicação de flúor na água do Paraná completa 55 anos

18/09/2013

De acordo com o Ministério da Saúde, o Estado está em primeiro lugar na fluoretação da água tratada, que previne a cárie dentária

Este ano, a aplicação de flúor na água distribuída à população do Paraná completa 55 anos. O processo de fluoretação teve início em 1958, na Estação de Tratamento de Água do Tarumã, em Curitiba. A adição de flúor é o método coletivo mais eficiente para o controle e prevenção da cárie dentária. A capital paranaense foi a primeira do Brasil a ter este benefício. Atualmente, o custo da Sanepar com aplicação de flúor, em todas as estações de tratamento de água instaladas no Paraná, é de R$ 650 mil por mês.

Segundo o Ministério da Saúde, o Paraná está em primeiro lugar no índice de fluoretação da água tratada. A aplicação do produto possibilita, no mínimo, uma redução de 65% das cáries, desde que mantida a continuidade e a regularidade dos teores do flúor na água. “Com o projeto de aplicação de flúor a empresa contribui para melhorar as condições da saúde pública”, destaca o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone.

COMPROVAÇÃO - Na primeira década de fluoretação em Curitiba, pesquisa realizada com estudantes de 6 a 12 anos de idade, pelo Serviço de Higiene Dentária, do Governo Estadual verificou a redução, em média, de 39,4% do índice de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D). Em 1992, nova avaliação foi feita pelo curso de pós-graduação em Odontologia Preventiva da Universidade Federal do Paraná, com alunos na faixa etária de 6 a 9 anos. O resultado mostrou que em três décadas e meia de aplicação contínua da fluoretação a redução de CPO-D chegou a 75,4%.

Segundo o técnico-químico responsável pela vigilância e controle da qualidade da água da Sanepar, Edvaldo Kulcheski, hoje, depois de 55 anos de aplicação de flúor, foi reduzido praticamente a zero o número de dentes cariados nas crianças nesta mesma faixa etária. “Olhando para trás, vemos o resultado da força de vontade dos técnicos da Companhia. O trabalho deles permitiu à Sanepar cumprir seu papel de agente de saúde e da qualidade de vida”, garantiu.

CUSTOS – A fluoretação da água gera custos para a Sanepar, entre eles com os produtos químicos, operacionalização nas unidades de tratamento e com as 60 mil análises realizadas. Cerca de 52 mil análises são feitas diretamente nas estações de tratamento e mais de 8 mil na rede de distribuição de água. Essas análises são exigidas pela Portaria n.º 2914, do Ministério da Saúde e os resultados confirmam que a exigência vem sendo atendida.

Para fluoretar a água, a Sanepar utiliza mensalmente 96 toneladas de fluossilicato de sódio e 37 toneladas de ácido fluossilicico. Até 1979, a aplicação do fluossilicato de sódio era efetuada por meio de dosadores a seco – volumétrico, de alto custo e que exigiam manutenção constante. A partir de 1980, técnicos da Companhia desenvolveram dosadores por via úmida. Também conhecidos por saturadores cilíndricos, estes equipamentos permitem maior facilidade operacional, pois quase não exigem manutenção e o custo é inferior aos outros tipos de dosadores. Outro método que também passou a ser utilizado é a solução saturada, aplicada por meio de bombas dosadoras.  Para atender às necessidades de fluoretação das pequenas comunidades, também foram desenvolvidas tecnologias alternativas para dosagem e controle do residual de fluoretos na água, visando agilizar e reduzir os custos de implantação.

HISTÓRIA – No Paraná, a fluoretação começou quando o abastecimento público era atendido pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE), vinculado à Secretaria de Viação e Obras do Estado. A partir de 1972 os sistemas estaduais foram assumidos pela Sanepar e somente em 24 de maio de 1974, pela Lei Federal n.º 6050, tornou-se obrigatória a fluoretação das águas de abastecimento em todo o território brasileiro. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto Federal de n.º 76.872, de 22 de dezembro de 1975.

Entre 1962 e 1971, além da capital, mais cinco cidades passaram a ter suas águas fluoretadas: Cornélio Procópio (1962), União da Vitória e Maringá (1969), e Jacarezinho e Umuarama (1971). Até o final da década de 70, mais dez sistemas de abastecimento foram contemplados: Londrina (1972), São José dos Pinhais (1974), Telêmaco Borba (1977), Pinhais (1978), Primeiro de Maio, Paranavaí, Colombo e Bela Vista do Paraíso (1979). Nos anos 80 foram mais 148 sistemas e, dez anos depois, mais 207. Ao todo, atualmente, a Sanepar mantém a fluoretação em 464 sistemas. A Sanepar atende 345 dos 399 municípios do Paraná e um de Santa Catarina.

Galeria

  • O Paraná está em primeiro lugar na fluoretação da água tratada
  • Sanepar investe R$ 650 mil por mês com a aplicação de flúor