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O leiturista Fabiano Pacheco venceu o trauma e encarou a prática com os cães do Bope

Profissionais recebem treinamento para "ler" o comportamento canino

19/07/2017

O “guapeca” parecia descansar inofensivamente na calçada, mas quando Fabiano Pacheco encerrou a leitura e virou as costas, o cão de rua lhe abocanhou a parte de trás do joelho. O susto foi grande para o leiturista que, em três anos e meio de experiência na função, já sofreu dois ataques caninos em situações bastante distintas.

Para evitar esse tipo incidente com seus profissionais, a Unidade de Serviço de Faturamento da Sanepar frequentemente oferece treinamentos específicos. O último deles, realizado na Associação Sanepar de Pinhais, na primeira semana de julho, reuniu 230 participantes em torno de um desafio: aprender a “ler” o comportamento dos cães.

As dicas, teóricas e práticas, foram ministradas pela tropa de operações com cães do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Paraná. Estiveram presentes todos os leituristas, monitores e agentes motorizados de Curitiba e Região Metropolitana, Litoral, Lapa e Rio Negro.

As orientações foram muito bem recebidas pela agente Andressa Brandelione que, em um ano de atividade, já passou pela triste experiência de um ataque. Ao inserir uma conta na caixa de correspondência, Andressa foi surpreendida por um cachorro que se escondia embaixo do carro, na garagem do cliente. O ataque lhe rendeu a mão ferida e cinco dias de afastamento. Inconvenientes que poderão ser evitados daqui pra frente.

“O treinamento nos trouxe boas dicas para ficarmos mais alertas em qualquer ambiente, para anteciparmos o comportamento e a movimentação dos cães, de acordo com sinais dados por eles”, avaliou a leiturista, que destemidamente se voluntariou para a dinâmica com os cães do Bope. Confira o vídeo abaixo.

SUPERANDO TRAUMA DE INFÂNCIA - Fabiano aproveitou o treinamento para encarar o problema de frente. Além dos acidentes mencionados, ele conta que teve que superar um trauma de infância. “Quando criança, ingenuamente quis afagar um cão de grande porte do vizinho e ganhei uma mordida. Foi apenas um arranhão na mão esquerda, mas, aos cinco anos de idade, o susto foi enorme. Quando entrei na Sanepar, andava sempre desconfiado, segurando bem firme a varinha de leitura, por precaução, para me proteger caso algum cachorro aparecesse”, recorda.

Para Fabiano, as instruções passadas no curso aprimoram a técnica de percepção do ambiente e ajudam o leiturista a se preparar melhor para o trabalho. Outro ponto alto do encontro, segundo ele, foi o conteúdo jurídico apresentado. “Conhecer as leis, as responsabilidades e os procedimentos exatos que devemos seguir em caso de ameaça de ataque ou diante de um acidente, nos dá segurança de termos respaldo da empresa e da justiça”, afirmou.

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