Sanepar e Secretaria do Meio Ambiente coordenam amplo trabalho que envolve instituições governamentais e da sociedade civil

O governador Beto Richa reuniu nesta segunda-feira (26), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, o grupo gestor de Revitalização do Rio Iguaçu para um balanço das ações já realizadas e planejar os próximos passos para a execução do projeto. O Iguaçu forma a principal bacia hidrográfica do Paraná, abrangendo 109 municípios.

O governador afirmou que a revitalização do rio precisa da participação de todos. “Nenhuma entidade, organização, governo ou sociedade, isoladamente, conseguirão um feito como este. O esforço conjunto é que nos dará a garantia de atingir os nossos objetivos”, afirmou o governador. “A total revitalização do mais importante rio do Estado é esperada há décadas”, destacou ele.

Anunciado por Richa em junho deste ano, o projeto prevê ações integradas e obras de infraestrutura para melhorar as condições de tratamento de esgoto sanitário e de resíduos sólidos e a recomposição de mata ciliar do Rio Iguaçu. Já foram executados o levantamento técnico, o diagnóstico e o planejamento para a revitalização.

PARCERIA – O projeto está sendo detalhado pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, mas conta, também, com a participação de outras dez entidades, tanto governamentais como da sociedade civil. A parceria com as prefeituras dos 109 municípios que margeiam o rio também é essencial para que a revitalização seja possível.

“Ao cuidar da água, estamos cuidando da biodiversidade e dos ecossistemas, além de aproveitar os múltiplos recursos do rio”, disse o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ricardo Soavinski. “Quando um rio está muito poluído, ele não serve para o abastecimento humano, para a criação de animais, para a agricultura e para a indústria.”

O presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, também ressaltou a importância da mobilização e do trabalho conjunto. “Uma iniciativa desta magnitude só terá efeito no momento em que pudermos mobilizar toda a sociedade. O processo de revitalização precisa ser efetiva e constante”, afirmou. “Todos precisamos ter a consciência de que cada um é responsável por cuidar de nossas bacias. Por isso a questão de educação ambiental é estratégica neste processo”, salientou.

Na semana passada, a vice-governadora Cida Borghetti se reuniu em Brasília com representantes do Banco do Brasil e com o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, para buscar recursos para o projeto do Rio Iguaçu, em especial para ações de educação ambiental.

ALTO IGUAÇU – A parte mais comprometida é a região do Alto Iguaçu, que compreende os municípios da Região Metropolitana de Curitiba, onde vivem cerca de 4 milhões de pessoas. No Alto Iguaçu ficam as cabeceiras do rio, naturalmente com menos disponibilidade de água, seja para tratamento de esgoto e abastecimento público.

Nesta área, o programa tem a meta de reduzir a carga de poluição dos rios, conservar os ecossistemas remanescentes e recuperar a mata ciliar em ações integradas com os municípios, especialmente os que recebem ICMS Ecológico.

Para o coordenador do grupo gestor, Mário Celso Cunha, a preocupação é também com os afluentes do Iguaçu. “Pela densidade habitacional, a parte do Alto Iguaçu é a mais poluída e a que mais preocupa. Estamos trabalhando, em parceria com a Prefeitura de Curitiba, na revitalização do Rio Belém, que é o principal afluente do Iguaçu e que está bastante comprometido”, explicou.

“Acreditamos que um trabalho pontual no Rio Belém, que passa por dentro de Curitiba, pode transformar o problema em uma grande oportunidade”, afirmou o secretário do Meio Ambiente. “Além de ter uma água boa, poderemos ter espaços de lazer e recreação, com as matas ciliares conservadas, que garantirá uma qualidade de vida melhor à população que vive em seu entorno”, ressaltou Soavinski.

O prefeito de Piraquara, Marcus Tesserolli, destacou que a revitalização do Rio Iguaçu é uma grande preocupação do município, que abriga suas nascentes. “Há muito tempo nós, de Piraquara, aguardamos por isso. Temos que achar um equilíbrio socioeconômico para preservar o rio e, ao mesmo tempo, desenvolver o município”, disse.

Para o prefeito de Contenda e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), Carlos Eugênio Stabach, a ação vai impactar em toda a Região Metropolitana de Curitiba. “É uma espera muito grande, de muitos anos. Hoje ficamos cientes dos projetos que serão feitos, que trará grandes benefícios para o comércio, a indústria e, principalmente, as pessoas que moram nas margens do Iguaçu”, afirmou.

PRESENÇAS – Participaram do encontro os secretários-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra; e de Gabinete, Deonilson Roldo; os os presidentes da Associação Comercial do Paraná, Antônio Espolador Neto; e da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguette, e membros do grupo de gestão de Revitalização do Rio Iguaçu.