rojeto pioneiro para tratamento de esgoto na zona rural

As 21 famílias que moram na comunidade Anita Garibaldi, no interior de Coronel Vivida, serão contempladas com um projeto pioneiro de tratamento de esgoto na área rural com tecnologias sustentáveis. Em cada propriedade serão construídas fossas biodigestoras ou pelo tratamento por Zona de Raízes, de acordo com o interesse do produtor, e instaladas caixas de gordura nos imóveis. As obras serão iniciadas em novembro.
A comunidade está localizada na área das nascentes dos principais afluentes do Rio Jacutinga, manancial responsável por abastecer cerca de 18 mil moradores da área urbana do município. Os equipamentos que serão instalados devem melhorar a qualidade da água de toda a bacia do Rio Jacutinga.

Sustentáveis - A fossa séptica biodigestora é o modelo aplicado pela Embrapa. É capaz de transformar o esgoto sanitário em adubo orgânico, isento de patógenos. O adubo gerado pelo processo de biodigestão pode ser usado para aplicação direta no solo como adubo orgânico.
O outro modelo é o sistema conhecido como Wetlands ou Zona de Raízes, que utiliza plantas para o tratamento do efluente, que é a parte líquida do esgoto. As plantas absorvem os nutrientes do esgoto e formam uma rede de raízes que filtram e retêm resíduos do efluente, tornando-o límpido e de boa qualidade, podendo ser reutilizado na irrigação, na formação de lagos, etc.
“O projeto promove a inserção do produtor rural nas iniciativas de preservação da água e gestão da bacia hidrográfica, contribuindo para aliviar o impacto da ação humana sobre a água”, explica a assistente social da Sanepar de Pato Branco, Marilucia Cyrino Rodrigues.

O projeto - A Sanepar está implantando o projeto com recursos do Fundo Azul, que financia iniciativas de preservação ambiental. Na comunidade Anita Garibaldi o projeto conta com a parceria da Prefeitura de Coronel Vivida, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, da Emater, e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Pato Branco.

Acompanhamento técnico – Os produtores estão sendo orientados e recebendo apoio técnico da Sanepar e dos órgãos envolvidos. A UTFPR, por exemplo, será responsável pelo monitoramento dos efluentes gerados nas fossas biodigestoras e pela realização das coletas e análises químicas.
A Emater fará a orientação para implantação das fossas biodigestoras e da utilização do efluente tratado em culturas especificas. Já os técnicos da Prefeitura de Coronel Vivida serão responsáveis pela infra-estrutura na instalação dos sistemas e no acompanhamento posterior junto aos produtores.

Experiência - A área de apenas cinco alqueires do produtor José de Quadros, detentora do título de Propriedade Modelo, já é referência na Região Sudoeste.
Ele já implantou a fossa biodigestora, e só tem elogios à iniciativa que livrou a família do mau cheiro, dos insetos e, principalmente da poluição do solo e das nascentes. De acordo com o produtor, o destino para os resíduos do vaso sanitário funciona corretamente. “Agora iremos implantar outra fossa, utilizando o modelo da Zona de Raízes, para tratar o esgoto da pia da cozinha e da lavanderia.”